07 avril 2008

ENTREVISTA - MARTA LEITE (Alfena)

Nome Hoquistico : Marta Leite
Ano de nascimento :
1980
Clube actual : Centro Social e Paroquial de Alfena
Funções : Jogadora e Treinadora
Clubes que já representou:
Nortecoope, Santa Cruz do Bispo, Carvalhos e Alfena
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Pedro Antunes : Olá Marta. Como é que vieste « aterrar » ao Hóquei em patins (risos) ?
Marta Leite :
Olá Pedro. Apaixonei-me por esta modalidade ainda era miùda, devido à influência do meu irmão, que praticava hóquei no Futebol Clube do Porto e mais tarde na Académica do Porto.
Um dia roubei-lhe os patins e decidi experimentá-los no pátio cá de casa.
Desde então não parei !

P. A. : Para que as pessoas te possam conhecer melhor, qual foi o teu percurso hoquistico, desde que começás-te com este desporto ?
M. L. :
Comecei na Nortecoope, clube que se situa praticamente ao lado de minha casa e onde fui campeã distrital, na época 94/95.
De seguida, representei o Santa Cruz do Bispo, de onde segui para os Carvalhos e fui campeã nacional e da Super Taça no ano de 98. Depois voltei a representar o Santa Cruz e actualmente jogo no Centro Social e Paroquial de Alfena.

P. A. : Estás satisfeita com o percurso que tens feito até agora ? Que outros « objectivos » tens previstos ou gostarías de atingir no futuro?
M. L. :
Estou bastante satisfeita, porque senti-me bem em todos os clubes pelos quais passei.
É óbvio que ficam sempre objectivos por cumprir. Gostaria, por exemplo, de ter representado a selecção nacional, pela qual cheguei a efectuar um estágio.
Mas não me sinto uma jogadora frustrada por não ter atingido esse objectivo. Para mim o importante é praticar desporto e dar o nosso melhor todos os dias.
Actualmente, estou mais empenhada na minha carreira de treinadora, que me tem dado uma satisfação enorme.
Há dois anos resolvi tirar o curso e estou neste momento à frente dos Benjamins de Alfena, actuais campeões distritais, fruto do trabalho que tenho vindo a desenvolver com eles desde o ano passado.

P. A. : Que importancia tem para ti o Hoquei em patins e que tempo te ocupa durante a semana ?
M. L. :
O hóquei tem uma enorme importância para mim, dado que cresci a ver e a praticar a modalidade. Além disso, considero o desporto fundamental para nos sentirmos bem física e mentalmente.
Actualmente, ocupa-me bastante tempo, dado que treino os Benjamins 3 vezes por semana, mais o jogo ao Domingo.
Pelas séniors femininos treino duas vezes por semana e temos igualmente um jogo por fim de semana.

P. A. : Quais foram os melhores momentos que viveste no hóquei ? Tens algumas « anedotas especiais » para nos contar » ?
M. L. :
Já lá vão 16 anos de prática de hóquei, por isso é difícil nomear um.
Mas em termos de significado, o mais valioso foi, sem dúvida, o jogo em que me consagrei campeã nacional. É impossível descrever !
Outro momento que teve tanto ou mais valor para mim, foi esta presente época, mas como treinadora, com os meus Benjamins a consagrarem-se campeões distritais !
Quanto às « anedotas especiais » essas ficam dentro do balneário (risos) …

P. A. : Quais são para ti, os principais valores que uma equipa de hóquei deve ter ?
M. L. :
Essencialmente amizade, humildade, companheirismo e trabalharem todos em conjunto para o mesmo objectivo, com afinco.

P. A. : Pensas que esses valores são sempre respeitados ? Porquê ?
M. L. :
Nem sempre. Talvez porque em alguns casos preferem colocar os interesses individuais à frente dos objectivos do grupo.

P. A. : O que é que mudarias, para melhorar o hóquei em patins nacional e internacional ?
M. L. :
Humm, esta não é fácil ! Eu gostava, por exemplo, de ver mais mulheres a treinar.
Aqui em Portugal, que eu tenha conhecimento, sou a única neste momento à frente duma equipa, e sei que provavelmente nunca chegarei a treinar uma equipa sénior ou verei uma mulher a exercer essa função.
Gostaria também que voltassem a transmitir jogos na televisão com a frequência que o faziam há uns anos atrás, incluindo hóquei feminino. Acho que seria uma maneira de a modalidade ganhar mais visibilidade e mais adeptos.
Não concordo também com os valores de inscrições dos clubes numa competição, que são demasiado altos, impedindo por vezes certas equipas de se inscreverem.
Mas o fundamental e a maior aposta do hóquei neste momento, deveria ser na formação, com vista a manutenção e evolução da modalidade, que se encontra neste momento a decair.

P. A. : O que é que pensas da vitória de Portugal sobre a Espanha na última Taça Latina ?
M. L. : Acho que os jogadores estão de parabéns pelo excelente trabalho. E foi óptimo para a selecção e para a modalidade.
Mostra que ainda podemos ter esperança relativamente ao futuro do hóquei no nosso país.

P. A. : Se eu te disser que só temos 10 pistas cobertas na Suiça, o que é que te inspiram os últimos resultados das seleções Suiças a nível Internacional (n.d.r. 3° no Euro Juniors 2005, 2° no Euro Séniores 2006, 2° no Mundial Séniores 2007) ?
M. L. :
Excelentes resultados, dadas as condições ! Sei que a modalidade na Suiça tem evoluído e há que continuar o bom trabalho, apesar de todos os entraves e limitações.

P. A. : Pensas que o Blog Patinslover, tem de alguma forma ajudado a divulgar o Hóquei em patins ? Quais são os temas do blog que preferes ?
M. L. :
Tenho que te dar os parabéns pelo teu trabalho. Considero o teu blog bastante interessante e útil para todos os envolvidos na modalidade, quer atletas, jogadores, dirigentes, adeptos, etc.
Todos podemos aprender com o teu blog, com toda a informação que nos proporcionas, e mesmo com as entrevistas de pessoas ligadas à modalidade.
Além disso, mantém-nos actualizados quer a nível do hóquei nacional e internacional.

Pedro Antunes : Para terminar, que mensagem gostarías de deixar, para acabar esta pequena entrevista ?
Marta Leite :
Não deixem a modalidade morrer ! O hóquei é o desporto que mais títulos deu a Portugal e há que fazer tudo para voltar aos tempos áureos e recuperar a glória !

P.A. : Obrigado pela tua participação e felicidades para ti e para os teus Benjamins.
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(Ref : Questionário “Patinslover” do 1.04.2008)
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Brevemente: Entrevistas de Francisco Soares (Genève) e Afonso Alvim (Maritimo)

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