"A selecção que vence é sempre aquela que merece vencer"
Decorreu entre o dia 25 de Novembro e 1 de Dezembro, no Chile, o Campeonato do Mundo de juniores, em hóquei em patins.
Portugal alcançou o 2º lugar, tendo perdido com a Espanha, na final, por 2-1.
À imagem do que se sucedeu com o Mundial de seniores em Julho, onde José Querido fez, para o blog, um rescaldo da competição, o mesmo acontece agora. Desta vez, cabe a Pedro Antunes dar a sua opinião acerca, essencialmente, da participação portuguesa na cidade de San Miguel.
Alvaro Gonçalves (AG) - Como avalias a prestação portuguesa no Mundial?
Pedro Antunes (PA) - Acho que foi excelente porque confirmou que, embora não tenha tido tanto tempo de preparação como o Chile e a Argentina, ficou à frente deles na classificação final, o que não era fácil.
Esta selecção já disputa europeus há vários anos e sofre poucas alterações de um ano para o outro.
Penso que a integração de 1 ou 2 jogadores do último ano, talvez tivesse sido interessante para a nossa selecção no entanto os resultados obtidos foram excelentes.
AG - A derrota de Portugal contra o Chile, na última jornada do grupo, levantou muita contestação. A tua opinião na altura foi que o resultado serviu para evitarmos a Espanha e a Itália antes da final. Continuas a pensar da mesma forma?
PA - A verdade é que continuo a pensar da mesma forma, embora, como seja normal, ninguém diga o contrário. O próprio Luís Sénica (seleccionador nacional de juniores) já me escreveu a confirmar que a vontade de Portugal era mesmo vencer. Mas eu continuo a pensar que foi uma derrota inteligente, pois jogar contra a França nos quartos de final não é a mesma coisa que jogar contra a Itália. E jogar contra a Argentina nas meias finais, também, não é a mesma coisa que jogar contra a Espanha, que como se veio a verificar, acabou por ser campeã do Mundo.
Quando a França joga contra Portugal é praticamente derrota assegurada para os gauleses, enquanto que contra a Itália a história é diferente.
Recordo apenas que no Europeu de Juniores de 2006, esta Itália derrotou este Portugal e que os jogadores eram basicamente os mesmos.
AG - Mas não achas que, de certa forma, Portugal mostrou ter medo dessas selecções?
PA - Portugal não tem medo de ninguém. Ser inteligente não significa ter medo.
Participei nos últimos 7 Campeonatos da Europa de Juniores e nunca vi Portugal jogar com medo de quem quer que seja. Isso posso-te assegurar.
AG - Portugal mostrou ter boas soluções para o futuro?
PA - Há muitos anos que Portugal mostra ter boas soluções para o futuro. Os jogadores que passaram pelas mãos do Prof. Pedro Martins, Vasco Vaz e, agora, Luís Sénica são todos bons jogadores.
Mas cada coisa a seu tempo. Não se pode continuar permanentemente a falar em renovações porque esse é, para mim, o maior problema da nossa seleção principal.
Nos seniores temos que levar os melhores, sejam eles novos ou velhos. Só assim poderemos voltar a ser um dia Campeões da Europa ou do Mundo.
Decorreu entre o dia 25 de Novembro e 1 de Dezembro, no Chile, o Campeonato do Mundo de juniores, em hóquei em patins.
Portugal alcançou o 2º lugar, tendo perdido com a Espanha, na final, por 2-1.
À imagem do que se sucedeu com o Mundial de seniores em Julho, onde José Querido fez, para o blog, um rescaldo da competição, o mesmo acontece agora. Desta vez, cabe a Pedro Antunes dar a sua opinião acerca, essencialmente, da participação portuguesa na cidade de San Miguel.
Alvaro Gonçalves (AG) - Como avalias a prestação portuguesa no Mundial?
Pedro Antunes (PA) - Acho que foi excelente porque confirmou que, embora não tenha tido tanto tempo de preparação como o Chile e a Argentina, ficou à frente deles na classificação final, o que não era fácil.
Esta selecção já disputa europeus há vários anos e sofre poucas alterações de um ano para o outro.
Penso que a integração de 1 ou 2 jogadores do último ano, talvez tivesse sido interessante para a nossa selecção no entanto os resultados obtidos foram excelentes.
AG - A derrota de Portugal contra o Chile, na última jornada do grupo, levantou muita contestação. A tua opinião na altura foi que o resultado serviu para evitarmos a Espanha e a Itália antes da final. Continuas a pensar da mesma forma?
PA - A verdade é que continuo a pensar da mesma forma, embora, como seja normal, ninguém diga o contrário. O próprio Luís Sénica (seleccionador nacional de juniores) já me escreveu a confirmar que a vontade de Portugal era mesmo vencer. Mas eu continuo a pensar que foi uma derrota inteligente, pois jogar contra a França nos quartos de final não é a mesma coisa que jogar contra a Itália. E jogar contra a Argentina nas meias finais, também, não é a mesma coisa que jogar contra a Espanha, que como se veio a verificar, acabou por ser campeã do Mundo.
Quando a França joga contra Portugal é praticamente derrota assegurada para os gauleses, enquanto que contra a Itália a história é diferente.
Recordo apenas que no Europeu de Juniores de 2006, esta Itália derrotou este Portugal e que os jogadores eram basicamente os mesmos.
AG - Mas não achas que, de certa forma, Portugal mostrou ter medo dessas selecções?
PA - Portugal não tem medo de ninguém. Ser inteligente não significa ter medo.
Participei nos últimos 7 Campeonatos da Europa de Juniores e nunca vi Portugal jogar com medo de quem quer que seja. Isso posso-te assegurar.
AG - Portugal mostrou ter boas soluções para o futuro?
PA - Há muitos anos que Portugal mostra ter boas soluções para o futuro. Os jogadores que passaram pelas mãos do Prof. Pedro Martins, Vasco Vaz e, agora, Luís Sénica são todos bons jogadores.
Mas cada coisa a seu tempo. Não se pode continuar permanentemente a falar em renovações porque esse é, para mim, o maior problema da nossa seleção principal.
Nos seniores temos que levar os melhores, sejam eles novos ou velhos. Só assim poderemos voltar a ser um dia Campeões da Europa ou do Mundo.
AG - A verdade é que Portugal voltou a ficar atrás da Espanha. Primeiro os juvenis e agora os juniores, já para não falar dos seniores. A diferença entre Portugal e Espanha nos escalões jovens é tão notória como nos seniores?
PA - A diferença não é grande. Repara que os jogos entre Portugal e Espanha acabam quase sempre com diferenças mínimas.
Penso apenas que a Espanha tem uma maior disciplina táctica que Portugal, em todas as categorias. O jogo deles é muito mais pensado e muito mais defensivo que o jogo de Portugal. Em Portugal, em geral, os jogadores têm, no meu ponto de vista, muito mais espaço para a criatividade individual. Muitas vezes dá resultado, mas contra a Espanha, que também tem jogadores muito fortes individualmente, essa criatividade pode ser perigosa. E não é em 4 ou 5 semanas de trabalho, que podes corrigir todos os “defeitos” dos jogadores.
O Hóquei espanhol é basicamente muito mais táctico que o hóquei português e o resultado disso vê-se depois ao nível das selecções.
AG - Há algum jogador Português que aches que vai dar frutos quando chegar a senior?
PA - Dos que conheço bem, penso que o Diogo Rafael, entre outros, vai dar que falar dentro de alguns anos, se continuar a trabalhar e a evoluir com dedicação e com muito espirito de sacrificio.
Mas também penso que há alguns jogadores juniores, que não fizeram parte desta seleção, que poderão, de certeza, dar frutos quando chegarem a seniores.
AG - A Espanha foi uma justa campeã?
PA - Esta foi uma “repetição” da final do Europeu de juvenis de 2004, em que a Espanha já tinha saído vencedora. Os jogadores eram praticamente os mesmos.
Penso que a seleção que vence é sempre, em princípio, aquela que merece vencer.
No entanto, é sempre importante felicitar todas as outras seleções, pois são elas que permitem que a competição aconteça. E porque, de certeza, cada uma delas deu o melhor de si mesma.
Mas como em todas as competições, “só pode ganhar um”! E campeonatos desta importância só há uma vez por ano para cada categoria.
“Para o ano há mais”! (risos)
Álvaro Gonçalves
Domingo, 23 de Dezembro de 2007
no Blog « Tenho uma Ideia ! »
PA - A diferença não é grande. Repara que os jogos entre Portugal e Espanha acabam quase sempre com diferenças mínimas.
Penso apenas que a Espanha tem uma maior disciplina táctica que Portugal, em todas as categorias. O jogo deles é muito mais pensado e muito mais defensivo que o jogo de Portugal. Em Portugal, em geral, os jogadores têm, no meu ponto de vista, muito mais espaço para a criatividade individual. Muitas vezes dá resultado, mas contra a Espanha, que também tem jogadores muito fortes individualmente, essa criatividade pode ser perigosa. E não é em 4 ou 5 semanas de trabalho, que podes corrigir todos os “defeitos” dos jogadores.
O Hóquei espanhol é basicamente muito mais táctico que o hóquei português e o resultado disso vê-se depois ao nível das selecções.
AG - Há algum jogador Português que aches que vai dar frutos quando chegar a senior?
PA - Dos que conheço bem, penso que o Diogo Rafael, entre outros, vai dar que falar dentro de alguns anos, se continuar a trabalhar e a evoluir com dedicação e com muito espirito de sacrificio.
Mas também penso que há alguns jogadores juniores, que não fizeram parte desta seleção, que poderão, de certeza, dar frutos quando chegarem a seniores.
AG - A Espanha foi uma justa campeã?
PA - Esta foi uma “repetição” da final do Europeu de juvenis de 2004, em que a Espanha já tinha saído vencedora. Os jogadores eram praticamente os mesmos.
Penso que a seleção que vence é sempre, em princípio, aquela que merece vencer.
No entanto, é sempre importante felicitar todas as outras seleções, pois são elas que permitem que a competição aconteça. E porque, de certeza, cada uma delas deu o melhor de si mesma.
Mas como em todas as competições, “só pode ganhar um”! E campeonatos desta importância só há uma vez por ano para cada categoria.
“Para o ano há mais”! (risos)
Álvaro Gonçalves
Domingo, 23 de Dezembro de 2007
no Blog « Tenho uma Ideia ! »
Aucun commentaire:
Enregistrer un commentaire