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Em cima, da esquerda para a direita:
Rui Faria (HC Sintra), Fernando Adrião (Malhangalene), Velasco e Bouçós (Ferroviário de Lourenço Marques salvo erro) e Bernardino (CACO).
Em baixo, pela mesma ordem:
Pompílio Silvestre (HC Sintra), Moreira (Moçambique), José Vaz Guedes (CACO), Victor Domingos,(HC Sintra) e José Virgílio (G. Desp. Paço d'Arcos).
A sigla CACO, como devem saber, significa Club Atlético de Campo de Ourique. Seleccionador: António de Jesus Raio. Esta equipa era imparável, foi campeã Europeia e Mundial, e pontificavam na Selecção Espanhola o Zabalia e Largo (guarda redes) Parella, Puig Bó e Carbonel, entre outros, na Suíça eram os primos Pierre e Marcel Monney e na Itália o irrequieto Panagini.
Decerto nomes para quem era apaixonado desta modalidade vai recordar certamente
Nos meus tempos de menino, o hóquei era a menina dos meus olhos, no futebol sempre fui doente pelo meu Sporting, mas nada me tirava um jogo de hóquei em patins, nem a mim nem à malta da minha geração, a minha equipa era o Hóckey Club de Sintra e se o adversário fosse o "meu Sporting", eu era Sintra.
Então lá vão alguns dos meus conhecimentos (sem fazer pesquisa), mesmo só do que me lembro dos meus tempos.
Por exemplo, a 1ª equipa de Lourenço Marques que foi Campeã Mundial era formada por: Moreira, guarda redes, Souto, defesa, Carrelo, médio, Velasco e Bouçós, avançados. O Adrião ainda era muito menino, mas já fazia parte da equipa e jogou partes dos desafios.
Esta equipa-maravilha vinha fazer estágios para Portugal e fazia jogos de preparação com as equipas de cá, dando a algumas delas grandes "cabazadas", com outras tinha mais dificuldades, mas com o Hóckey de Sintra, em Sintra, nunca ganhou.
Um dia, em Cascais, encontrei o Sr. Velasco, já sem a sua preciosa mão (salvo erro direita), tinha sido amputada, e cumprimentei-o e falei-lhe neste facto, ao que ele, com a sua graça, me respondeu: pois era, aquela "velhada" lá de Sintra nunca nos deixava ganhar.
Para a história, a equipa do Sintra era composta então por Victor Domingos, Fernando Santos, Edgar Soares, Pompílio e Rui Faria.
O guardião Victor Domingos sucedeu na selecção portuguesa ao Moreira definitivamente. O Acúrsio Carrelo (também foi hoquista e era irmão do outro Carrelo) notabilizou-se como guarda-redes do Futebol Clube do Porto e da selecção nacional no tempo do Matateu, do Costa Pereira, do Travassos e do Juca e vinham estagiar para Sintra, antes dos jogos internacionais.
O Acúrsio era louco por caracóis. A garotada andava sempre perto dos ídolos e dissémos que íamos fazer uma caracolada. Ele pediu-nos logo caracóis que em troca nos dava uma bola de futebol, os caracóis foram, mas a bola ainda hoje estamos à espera.
Outro moçambicano giro era o Matateu, um verdadeiro craque, considerado o Stanley Mathews português. Jogou até aos 50 anos, teve azar de ter nascido cedo de mais, em 26/7/1927.
Quando estava em Sintra a estagiar com a Selecção (era proibido beber), mas ele tinha sempre um garrafão de 5 litros escondido no barbeiro.
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Há 40 anos (ndr. 1968), no dia 04 de Maio, Portugal voltou a sagrar-se campeão do Mundo em hóquei em partins ao bater a Espanha por 2-0, perante 12 mil pessoas no Palácio de Cristal, no Porto.
Portugal alinhou com Vítor Domingos, Rendeiro, Adrião, Livramento e Leonel, enquanto a Espanha fez jogar Garcia, Villa, Villalonga, Carbonell e Sabater.
Portugal acabou só com vitórias (9) e 92 golos marcados e apenas 6 sofridos. Livramento foi o melhor marcador com 42 golos, seguido de Leonel com 19.
PUBLICADO NO BLOG do IÉ-IÉ
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