Olà Zé,
Antes de mais, quero-te felicitar por mais este grande feito que conseguis-te, que é o de teres levado a tua equipa à final da Taça CERS.
Foi um grande prazer ter trocado algumas palavras contigo em Genève. Acho que és o exemplo do que é um GRANDE treinador de Hóquei em patins e desejo-te as maiores felicidades.
Antes de mais, quero-te felicitar por mais este grande feito que conseguis-te, que é o de teres levado a tua equipa à final da Taça CERS.
Foi um grande prazer ter trocado algumas palavras contigo em Genève. Acho que és o exemplo do que é um GRANDE treinador de Hóquei em patins e desejo-te as maiores felicidades.
Agradeço-te desde já o tempo que passas-te para me deixares algumas das tuas opiniões:
Pedro Antunes : O que é para ti « Ser emigrante » ?
ZÉ QUERIDO : Ser emigrante neste meu caso foi mesmo uma necessidade pois estava sem clube e como tinha escolhido a profissão de treinador de hóquei em patins e em Portugal não apareceu nenhum clube interessado e o Vilanova apresentou-me esta sua vontade de os treinar, para cá vim e até ao momento não estou nada arrependido da minha escolha. O único senão é estar longe da familia, situação esta que eu espero mudar rápidamente. Penso que nos tempos que estamos e com a Europa tão ligada, ser emigrante já não é tão dificil como antigamente, pois no campo social há um equilibrio muito maior de culturas e como tal a adaptação torna-se mais fácil.
Pedro Antunes : Quando é que chegás-te a Vilanova e como tem decorrido o teu dia a dia ?
ZÉ QUERIDO : Cheguei a Vilanova em 25 Janeiro de 2005. O dia a dia aqui é sempre inserido no hóquei em patins, pois também faço a cordenação de todo o hóquei base do Vilanova, com observaçao de miúdos, com reuniões com treinadores de outros escalões e de outras equipas mas cada vez mais procuro fazer com que a minha adpatação aos meios hóquisticos aqui existentes seja o mais rápida possivel, pois como deves entender as coisas aqui têm a sua diferença, comparado com aquilo que tu estavas habituado em Portugal.
Pedro Antunes : Que comparação fazes do trabalho feito nas camadas jovens em Espanha em relação a Portugal ?
ZÉ QUERIDO : Acho que a diferença nao é muita e em alguns casos até penso que em Portugal se trabalha melhor. O que é verdade é que por caractér, por forma de ser, os jogadores espanhóis encaram tudo aquilo que fazem com mais determinação e com um conceito mais prático, ou seja o objectivo passa por conseguir vencer com muita humildade e simplicidade que me supreende e muito.
Pedro Antunes : Quem foi o principal responsável, pela paixão que tens pelo hóquei em patins ?
ZÉ QUERIDO : O meu Pai (Carlos Querido) que também foi jogador e treinador de hóquei.
Pedro Antunes : Quem foi para ti o melhor jogador de todos os tempos ? E actualmente ?
ZÉ QUERIDO : O António Livramento.Actualmente á um lote bastante bom e equilibrado relativamente á evoluçao do hoquei em patins mas acho que o Borregan,Pedro Gil, Sergio Siva,Reinaldo Ventura,Mariano Velasquês,Mirko Bertolluci,David Paes poderam ser aqueles que mais se destacam.
Pedro Antunes : Concordas com a expressão « Treinador não é um trabalho, é uma aventura » ? Porquê ?
ZÉ QUERIDO : Não. Acho que ser treinador é uma profissão como outra qualquer e até em alguns momentos e casos bastante mais complexa do que parece.
Pedro Antunes : O que é que pensas que se podia fazer, para trazer mais miúdos jogar Hóquei em Patins ?
ZÉ QUERIDO : Penso que as entidades internacionais deveriam fazer como fazem outros desportos. Promover o Hóquei em Patins e deixar de andar sempre a dizer e fazer certas coisas na teoria e sim passa-las á prática, porque dinheiro continua-se a gastar mas cada vez mais e mal aplicado. Basta ver nos campeonatos Europeus ou Mundias, pessoas não faltam para acompanhar organismos mas quando toca a desenvolver a modalidade toda a gente não pode porque estão ocupados com outras coisas que não têm nada a ver com a modalidade. Este sim, penso que é o principal motivo, de esta modalidade só ser forte em três ou quatro Países, pois os responsáveis não querem ter trabalho.
Pedro Antunes : Em Itália, jogar com capacete é obrigatório para todos os jovens até aos 16 anos. Depois desta idade não é obrigatório, mas é permitido. O que pensas desta solução ?
ZÉ QUERIDO : Nao consigo ter uma opiniao formada sobre este assunto .
Pedro Antunes : Na tua já longa carreira de treinador, o que é que te marcou mais pela negativa ?
ZÉ QUERIDO : É dificil dizer coisas pela negativa, pois eu considero que estamos sempre a aprender e como tal tudo aquilo que se possa dizer que é negativo, eu o transformo em aprendizagem
Pedro Antunes : E pela positiva ?
ZÉ QUERIDO : Pela positiva tem sido as pessoas com quem tenho trabalhado, desde jogadores, dirigentes, arbitros e o apoio de toda a familia.
Pedro Antunes : Há alguma coisa especial que gostavas de comentar ?
ZÉ QUERIDO : Acho uma coisa que pode ser importante para esta modalidade, que é a necessidade de manter metidos os ex. jogadores na modalidade e se possivel em cargos que possam desenvolver a modalidade, pois só com pessoas que sabem o que é o hóquei em patins, se poderá fazer alguma coisa de jeito.
Um Abraço
ZÉ QUERIDO
Obrigado Zé. Fico muito feliz por poder apresentar esta conversa contigo.
São estes momentos que são para mim importantes. Mais importantes que ganhar campeonatos ou medalhas. A amizade é uma coisa que para mim tem muito valor.
Um grande abraço e até sempre.
Pedro Antunes
5 commentaires:
Parabéns Sr Pedro, pela entrevista.
È muito bom vir a um blog e ver entrevistas de pessoas que sabem o q é o hóquei em patins.
Obrigado pela entrevista.
Muito boa entrevista. Gostei. Em especial porque nos traz um motivo de reflexão que acho omportante e que é a questão dos capacetes obrigatórios até aos 16 anos. Acho que percebo os motivos pelos quais José Querido "não tem" opinião. Porque se de facto há vantagens ao nível da segurança há as "eternas" desvantagens em termos financeiros. E gostei sinceramente do facto de ver "reconhecido" o trabalho que é feito em Portugal!
entrevista bem conseguida, com perguntas serias e abrangentes, parabens ao Pedro e saudo o josé querido pela forma directa e simples em que aborda as questoes, mas queria aqui realçar 2 ou tres coisas que merecem a reflexao da nossa parte , treinadores, e de todos em esm particular, principalmente aqueles que se preocupam com o hoquei; em 1º o facto de muitos treinadores ainda nao encararem o hoquei como uma profissao mas sim uma aventura e por isso muitas vezes nao valorizam o seu trabalho, pior nao o planeiam tendo em conta o futuro, nao criam condiçoes nem para eles nem para quem vem a seguir , trabalha-se muito ainda na base do "agora é assim depois logo se vê", porque a aventura pode acabar de um momento para o outro , porque acham que nao vale a pena, porque isto nao é vida para mim, etc, e muitas vezes é pela falta de qualidade imposta nesses trabalhos que acaba por conduzir a uma situaçao que é inevitavel, mas muitas vezes criada por nós proprios por essa falta de profissionalismo, depois o facto do Zé achar que em Portugal em alguns aspectos se trabalha melhor que em espanha e eu estou de acordo com ele, embora conheça muito menos que ele, se bem que vou fazendo pesquisa e estou atento ao que se vai fazendo por lá, mas realço sobretudo duas coisas"os espanhois encaram tudo aquilo que fazem com mais determinaçao e de forma mais pratica, ou seja vencer com simplicidade e humildade" isto de facto faz muita diferença, determinaçao,simplicidade de processos e humildade, sao coisas que de facto nos fazem falta, porque nós somos os tais que já sabemos tudo, desde os treinadores, atletas seccionistas, pais dirigentes, por isso nas associaçoes os clubes nao se entendem, por isso nos clubes existem varios clubes dentro de um só, por isso os pais nao concertam esforços em favor dos filhos e os treinadores na sua maioria partilham muito pouco, falam muito pouco entre si e entao mesmo trabalhando melhor nalguns aspectos a realidade é que nuestros hermanos nos ultrapassaram à muito, e nao fosse algum trabalho bem organizado nos ultimos 3 ou 4 anos e ainda estavamos pior, mas atravessia do deserto em principio e seguindo a logica será para continuar, pois há muito caminho a trilhar, caminho que o zé começou em san juan da california ou antes em treino e que acredito que vai ser um caminho duro, mas isto leva-nos à outra questao que é o que se diz na teoria e se faz na pratica e falo das soluçoes para divulgaçao e incrementaçao da modalidade, porque senao vejamos, quem faz o grande trabalho de divulgaçao? os clubes, quem mantem os treinadores a trabalhar? os clubes, quem fomenta a modalidade? os clubes e de facto há clubes que trabalham bem, que nao haja duvidas, mas que apoio têm os clubes? ZERO, pelo contrario já viram as taxas que os clubes ainda pagam à federaçao e associaçoes? para que? para essa meia duzia de senhores andarem a passear? para esss senhores irem para hoteis dizer que vao pensar o hoquei? para esses senhores cobrarem kilometros e facturas e ajudas de custo de mais nao sei o que? e que fazem na realidade? de facto o zé tem toda a razao quando diz que esta gente nao quer trabalhar pelo hoquei, mas viver e aparecer a pala do hoquei já sabem, e quando se sabe que 75% da verba que o estado atribui a federaçao é gasta em viagens, meus amigos de facto isto é o cumulo , e estamos a falar de 75% de quase um milhao, para nós é muito dinheiro e é muito dinheiro estragado, porque realmente é a unica coisa que esta gente faz é gastá-lo, o estado exige formaçao aos treinadores, acho bem, o estado exige qualidade, acho bem, mas nao era altura do estado tutelar de forma rigorosa este tipo de coisas?Era ve-los ainda a pouco na final four da liga dos campeoes em T. Novas, a passearem-se, a entrarem de borla e os atletas a terem de pagar bilhete, principalmente os jovens atletas, perdeu-se tambem ali uma grande opurtunidade de divulgar a modalidade nas escolas, garantindo acesso aos miudos, dando possibilidade aos jovens atletas de verem de perto os seus idolos e de aprender com eles, mais uma finta mais um gesto é com isto que os miudos aprendem,eu pergunto e para terminar , o que fica desta organizaçao que foi feita em T. Novas?
o que fica para a modalidade? o que é que o hoquei no ribatejo ganhou com isto? Atençao que eu acho importante o hoquei ir até as pessoas, mas o que se faz com isso? o que fica?. Até sempre, um abraço Pedro e outro ao Zé.
Obrigado a todos. Ontem bateram o record deste blog, com 202 visitas.
AMIGO PEDRO,
UMA PALAVRA ESPETACULAR.
PENA É QUE DESTAS ENTREVISTAS À POUCAS.
ERNANI.
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