Com o seu habitual “cinco” base – Tiago, Kirro, Centeno, João Pinto e
Johe -, o conjunto angolano suportou o impecto ofensivo que os espanhóis
tentaram impor, com uma defesa muito coesa e com saídas rápidas para o
atraque.
Num jogo muito inteligente e com os dois lados a
apresentarem cautelas, face á valia dos oponentes, foi mais forte a
coesão dos angolanos, numa partida que teve incidentes na ponta final
entre jogadores, o que custou a expulsão de dois espanhóis e André
Centeno de Angola.
A velocidade imposta pelos anfitriões foi a
estratégia escolhida para o desgaste do adversário, devido ao facto de
na véspera o Liceu ter jogado um tempo extra para superar o Brasil por
5-4, tendo recuperado de uma desvantagem de 1-3.
Apesar disso, os
visitantes entraram a seu estilo e deixaram patente por que são uma
equipa de topo na Europa. Aos oito minutos, de jogo o guarda-redes Tiago
começou a ser testado, ao corresponder com uma defesa importante. Em
resposta Kirro acerta um remate no poste da baliza do Liceu.
Estavam
equilibradas as coisas, muito por o “capitão” Johe estar algo
desastrado a perder bolas repetidas vezes. O seleccionador Orlando
Graça, apercebendo-se disso, retirou-o da partida aos 10 minutos,
entrando para o seu lugar um “suplente de luxo” – Martin Payero.
Tal
como nas ocasiões anteriores, a equipa ganhou maior consistência
ofensiva e começou a rematar mais, enquanto na defesa mantinha a
concentração. Ainda assim, o poste da baliza de Tiago entrou em cena
para travar um remate espanhol a nove minutos do intervalo.
Com o
público a interagir incentivando a os anfitriões, Payero desferiu aos
19 minutos um remate que deu a ilusão de golo, mas a ovação do público
foi frustrada. A apurada técnica e experiência dos jogadores do Liceu
encontraram um forte opositor, pois em três ocaisiões nos dois minutos
finais, Tiago Sousa negou-lhes o golo e “segurou" o nulo ao intervalo.
Se
no primeiro tempo a tensão era evidentes em ambas as partes, no
reatamento com Payero no “cinco”, o nervosismo à flor da pele levou ao
primeiro incidente, com dois jogadores a tentarem agredir-se na
sequencia de um lance, o que lhes custou a suspensão com cartão azul.
João Pinto por Angola e Lopez pela Espanha foram os punidos.
A
história do jogo, no entanto, começou a ser escrita quando Orlando Graça
insistiu no seu capitão. Johe entrou e ganhou uma falta perto da baliza
contrária. Na sequência deste lance, Angola inaugurou o marcador,
quando eram decorridos 28 minutos de jogo. E o autor foi “um dos
suspeitos de costume”: Johe.
O Pavilhão Palanca Negra Gigante
agitou-se de emoção e o público e os cerca de três mil pessoas pareciam
respiraram de alívio. Angola ganhou mais confiança na proporção inversa
que o Liceu afrouxou o andamento por evidente desgaste físico. Nos
últimos dez minutos, o domínio de Angola tornou-se mais claro com Tiago a
garantir confiança com paradas importantes e no ataque Payero e João
Pinto a “infernizarem” o adversário.
Na sequência dessa pressão,
João Pinto apontou aos 44 minutos o golo que, ainda que sem o dizer,
todo o pavilhão esperava. Estava assegurado o título, mas ainda
faltavam cerca de seis minutos. Estes foram quezilentos e com registo de
mais cartões azuis.
Retomado o jogo, João Pinto “facturou” pela segunda vez a dois minutos do fim e a festa era definitivamente angolana.
Com
a prestação de hoje, a selecção nacional, embora ainda sem peça
influente por lesão (Big), já parece caracterizada e homogénea.
Dir-se-ia, quase pronta para o Campeonato do mundo de hóquei em patins
de Setembro.